O Impacto Da Pandemia Na Educação Brasileira

O ano de 2020 foi pego de surpresa pela pandemia, e com isso o impacto em nossa educação foi grande...
[O Impacto Da Pandemia Na Educação Brasileira]

O Impacto Da Pandemia Na Educação Brasileira

O ano de 2020 foi pego de surpresa pela pandemia causada pelo coronavírus proveniente da China. Em poucos meses, nossa rotina teve que ser adaptada. Trabalhos, vidas escolares, lazer, e demais atividades tiveram que ser interrompidas para a proteção da saúde pessoal e familiar.

No meio disso a tecnologia: internet, redes sociais e aparelhos eletrônicos foi o principal método que tivemos que adotar para continuar o nosso cotidiano. Trataremos do impacto da pandemia na educação brasileira com um olhar focado para os professores e alunos de redes públicas.

 

SITUAÇÃO BRASILEIRA FRENTE A PANDEMIA

Até o mês atual, outubro, as aulas escolares estão sendo feitas por meio da tecnologia. No entanto, o ensino não alcançou todos os alunos, principalmente os de rede pública. Segundo dados coletados em 2017 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil é o sétimo do mundo em fator de desigualdade, sendo melhor apenas do que o continente africano. Assim podemos ver claramente o que já existe na sociedade há tempos, mas que não era visto como algo de tamanha importância, a desigualdade social, incluindo em todos os aspectos: moradia, renda, educação, segurança e saúde. Muitos possuem pouco e poucos possuem muito.

“No Brasil, os desafios são ainda maiores, pois pouco se sabe sobre as características de transmissão da COVID-19 num contexto de grande desigualdade social, com populações vivendo em condições precárias de habitação e saneamento, sem acesso sistemático à água e em situação de aglomeração.”.
(WERNECK; CARVALHO, 2020)

 

LEI QUE REGULAMENTA A EDUCAÇÃO NACIONAL

A lei nº 9.394 (LDB - Lei de Diretrizes e Bases), de 20 de dezembro de 1996, trata sobre as normas da educação nacional. De acordo com o artigo 5º todas as pessoas sem discriminação de sua natureza - cor, idade, raça, gênero – possuem:

 “O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo.” (Artigo 5º, 1996)

O artigo 23 ajusta-se a organização dos calendários letivos com base na situação de calamidade pública e contágio, e ainda a peculiaridade local, sem reduzir o numero de horas letivas, tratada no § 2º que pode referir-se a pandemia e contágio, e ainda aborda no seu artigo 32º, § 4º “O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.”.

 

PROFESSORES E ALUNOS DE REDE PÚBLICA

A pandemia interferiu na vida de todos os estudantes brasileiros, e é fato que, o acesso as aulas para alguns tem sido um processo dificultoso e para outros, não.

Visto a lei acima pode-se dizer que a situação dos alunos pôde ser amparada de certa forma, adequando os dias letivos e aderindo ao ensino a distância para que as aulas não fossem canceladas. Mas existe um grande porém. Mariana Tokarnia (2020) define em sua reportagem informações divulgadas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que o Brasil possui 4,8 milhões de crianças e adolescentes, entre 9 a 17 anos, sem acesso à internet em casa. Isso é 17% de todos os brasileiros nessa faixa etária. Conclui-se assim que as aulas não estão chegando a todos os alunos, principalmente para as crianças e adolescentes.

A grande dificuldade inicial dos professores por conta do ensino a distância foi o manuseio das tecnologias. As videoaulas online, aplicativos que se parecessem como uma lousa para as explicações e plataformas que aplicassem as atividades avaliativas. Isso pelo fato de muitos deles ainda preferirem o método tradicional de ensino que se baseia no professor explanando o assunto por meio de aulas teóricas.

Ainda deve-se falar sobre a saúde emocional de nossos educadores brasileiros que por conta de estar em um ambiente fechado (casa) 24 horas e somente no convívio familiar pode gerar situações de estresse e ansiedade, e acrescentando que ele deve ainda lidar com centenas de alunos por meio de um computador e saber que nem todos terão o acesso as aulas, poderá ocasionar mais sintomas de desgaste emocional. 

 

“O quadro emocional chama a atenção. Docentes pedem apoio para lidar com questões emocionais e demonstravam ansiedade (67%), cansaço (38%) e tédio (36%). Compilados em maio, esses números podem ter aumentado, uma vez que o período de aulas remotas tem sido maior do que o inicialmente previsto. Dar aulas a partir de casa era situação inédita para a maioria (88%), tanto é que 83,4% não se sentiam preparados.”
(Vinícius de Oliveira, 2020).

 

ISSO AINDA PODE MUDAR

Sabe-se que a pandemia do Coronavírus foi algo inesperado para todos e que, da melhor forma que podemos, estamos ainda nos adaptando a ela. Mas é de extrema importância, desde já, tomar medidas que visem qualificar a educação para todos, essencialmente para os alunos de rede pública que dependem diretamente do governo do nosso país, qualificando as escolas periféricas e inserindo nelas, a tecnologia. 

Não se esquecendo também dos nossos professores, que como uma ideia pode-se estar incluindo projetos para eles adicionando a tecnologia como novos métodos de ensino, para que quando ocorra problemas como esse, todos estejam aptos a continuarem os estudos sem disparidade.

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